Sumário
Nesse artigo vamos cobrir todos os aspectos do tênis de mesa adaptado, modalidade tão popular dentre os atletas que possuem algum tipo de deficiência.
História
Como surgiu o tênis de mesa paralímpico, um dos esportes mais antigos a ser praticado numa edição das Paraolimpíadas ?
O jogo teve suas raízes no pós-guerra, com veteranos buscando uma maneira de continuar competindo e se socializando. Desde os primeiros dias de competição, o esporte viu um crescimento exponencial tanto em popularidade quanto em profissionalismo.
A origem do tênis de mesa adaptado dá se oficialmente e mundialmente em 1960, quando foi integrado nos primeiros Jogos Paraolímpicos de Roma na Itália.
Nessa edição o jogo poderia ser jogado por homens e mulheres e contavam com jogos individuais e também em duplas. Porém nessa edição o jogo era apenas para cadeirantes jogando na mesa de tênis de mesa.
Os Primeiros Passos
Na época, apenas 11 eventos de medalhas foram realizados, seis para homens e cinco para mulheres. A competição evoluiu ao longo dos anos, com a inclusão de eventos para jogadores em pé nos Jogos Paralímpicos de Toronto em 1976.
A Ascensão Global
Com o passar do tempo, o tênis de mesa paralímpico ganhou popularidade e agora é praticado por atletas paralímpicos em mais de 100 países diferentes, demonstrando uma ampla gama de habilidades e categorias de deficiência. Atualmente, é o terceiro maior esporte paralímpico, atrás apenas da natação e do atletismo.
“A cada ciclo paralímpico, o nível de competição no tênis de mesa continua a subir, desafiando todos nós a evoluir.” – Natalia Partyka, quatro vezes campeã paralímpica de tênis de mesa.
“A natureza inclusiva do tênis de mesa paralímpico tem sido um catalisador para a sua popularidade crescente.” – Jan-Ove Waldner, jogador lendário de tênis de mesa.
Atletas do Tênis de Mesa Paralímpico
Campeões Memoráveis
A história do dessa modalidade do tênis de mesa é adornada por atletas notáveis. Xiaoling Zhang da China detém o recorde de mais medalhas de ouro em um único Jogos Paralímpicos, enquanto Kyung Mook Kim da Coreia do Sul detém o recorde de mais medalhas em Jogos Paralímpicos.
Heróis e Heroínas do Esporte
Ao longo dos anos, o tênis de mesa paralímpico testemunhou performances espetaculares de atletas como Natalia Partyka da Polônia e Cao Ningning da China, que superaram adversidades para alcançar o pódio.
“Cada ponto ganho é uma vitória não apenas para o jogador, mas para o espírito humano.” – Cao Ningning, medalhista de ouro paralímpico.
Inspiração Além das Mesas
A trajetória de muitos atletas de tênis de mesa paralímpico serve como uma fonte de inspiração.
Por exemplo, Ibrahim Hamadtou, um campeão egípcio de tênis de mesa paralímpico, perdeu ambos os braços em um acidente de trem quando tinha 10 anos, mas isso não o impediu de alcançar o sucesso no esporte, ganhando várias honras ao longo dos anos.
Suas palavras ressoam com a determinação que define o tênis de mesa paralímpico: “Quero dizer a todos que nada é impossível, e todos devem trabalhar duro pelo que amam e pelo que acham que é bom para si mesmos”.
Regras
As regras do tênis de mesa paralímpico são um pouco diferentes. A modalidade pode ser praticada por deficientes intelectuais, amputados ou cadeirantes. Competições individuais ou em duplas no masculino e também no feminino.
Caso haja necessidade, a raquete pode ser presa na mão do jogador por meio de amarras.
Os atletas são divididos em 11 categorias que consideram fatores como equilíbrio, habilidade para segurar a raquete, restrições locomotoras e força muscular.
O uso de órteses, muletas, tênis com diferença de altura de um pé para o outro e próteses são PERMITIDOS.
Para os atletas que jogam em pé as regras são exatamente iguais as do regulamento da ITTF. O árbitro reserva o direito de poder fazer algumas exceções durante o saque dependendo da deficiência física do atleta.
Cada partida consiste em uma melhor de cinco sets, cada set vai até onze pontos. Quando um set chega ao placar de 10 a 10, os competidores continuam disputando até que um deles abra dois pontos de vantagem sobre o outro jogador.
As regras do tênis de mesa paraolímpico para jogadores em cadeiras de roda possuem algumas diferenças se comparadas com as do tênis de mesa padrão.
Veja elas abaixo:
Saque
Aqui as regras são semelhantes ao tênis de mesa não paralímpico.
A bola deve ser lançada para cima (16cm no mínimo), da palma da mão livre na vertical e, na descida, deve ser batida de forma que ela toque primeiro no campo do sacador, passe sobre a rede sem tocá-la e toque no campo do recebedor.
O saque deve ser dado atrás da linha de fundo ou numa extensão imaginária desta.
Se ambos os jogadores estão em cadeiras de roda, o ponto é considerado Let (o jogo é interrompido mas não são contabilizados pontos para nenhum dos lados) sob as seguintes circunstâncias:
- Após tocar a mesa do lado do recebedor, a bola retorna em direção a rede.
- A bola chega a parar no campo do recebedor
- Em jogos individuais, a bola saia da área de jogo após tocar uma das laterais
Duplas
Quando dois jogadores estão em cadeiras rodas, o jogador realiza o saque e o recebedor deve retornar a bola, porém diferentemente do tênis de mêsa em pé, as rebatidas não precisam ser alternadas.
Nenhuma parte da cadeira de roda deve ultrapassar a extensão imaginária da linha perpendicular a rede que divide cada um dos lados. Cada jogador deve permanecer em seu lado designado.
Posicionamento do corpo
Quando ambos estão em cadeiras de roda, o jogador ou dupla marcam um ponto se:
- A parte de trás da coxa do adversário não está em contato com a cadeira quando a bola toca sua raquete
- O oponente encosta na mesa com uma das mãos antes de bater na bola
- O pé ou o apoio do pé da cadeira de roda encosta no chão durante o ponto
Cadeiras de roda
As cadeiras de roda devem ter pelo menos 2 rodas grandes e uma pequena. Se alguma das rodas se desencaixa durante a disputa, seu adversário é creditado com um ponto.
As almofadas ou encostos são limitados a 15cm cada um, e cada atleta pode usar no máximo 2. Nenhuma parte do corpo acima dos joelhos deve estar fixada à cadeira pois poderia ajudar no equilíbrio do atleta.
Classificações e Categorias
Essa modalidade é destinada a atletas com alguma deficiência seja ela física, intelectual ou ambas. São aceitos atletas que praticam o esporte de pé ou sentados numa cadeira de rodas, com exceção dos atletas portadores de deficiências visuais.
O tênis de mesa paraolímpico é divido em onze categorias distintas, seguindo um critério em relação ao comprometimento físico-motor do atleta. Levando em conta o cálculo do alcance de movimentos de cada jogador, suas limitações locomotoras, a força muscular que possui, a habilidade e destreza de manipular a raquete e o equilíbrio na própria cadeira de rodas.
- Os atletas cadeirantes são divididos nas categorias: TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5.
- Os atletas andantes são divididos nas categorias: TT6, TT7, TT8, TT9 e TT10.
- Os atletas andantes com deficiência intelectual participam na categoria TT11.
*Quanto menor o número correspondente a categoria, mais debilitante é a deficiência do atleta.
Dependendo da limitação do atleta a raquete pode ser fixada na mão do jogador. Órteses, muletas e próteses são permitidas para facilitar a movimentação de cada atleta, assim como um calçado com uma altura maior que o outro par para contrabalançar a possível diferença de comprimento das pernas.
Tênis de Mesa Paralímpico no Brasil
Por aqui os primeiros campeonatos foram realizados pela Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE) lá na década de 70.
A seleção brasileira faz sua estréia nos Jogos Paraolímpicos em 1988 em Seul com Keike Shumomaebara, Mário Lúcio Câmara Pires e Paulo Fernandes Marinho completava o time.
Em 1996 nas Paraolimpíadas de Atlanta nos Estados Unidos, Luiz Algacir, Maria Luiza Pereira e Francisco Eugênio Braga representaram a nossa nação. O Brasil levou quatro participantes em Sydney em 2000 e esse número mais que dobrou em Pequim-2008 quando onze atletas representaram o país.
O Tênis de mesa no Brasil é administrado e gerenciado pela CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa). Essa entidade foi fundada em 2000 e possui oito federações regionais filiadas a ela: Ceará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.
A história do Brasil no tênis de mesa paraolímpico vem crescendo cada ano que passa. Com investimento das entidades e muito esforço de nossos atletas e pessoas que simpatizam com a modalidade, a tendência é evoluir cada vez mais e buscar um lugar na elite do esporte mundial.
Cenário Atual do Tênis de Mesa Paralímpico no Brasil
Introdução
O tênis de mesa paralímpico é uma modalidade esportiva que tem crescido notavelmente no Brasil, com atletas brasileiros obtendo sucesso em competições internacionais. Este esporte inclusivo tem mostrado que, com dedicação e apoio adequado, os atletas podem alcançar patamares elevados, trazendo orgulho e reconhecimento para o país.
Participação em Eventos Internacionais
Recentemente, os atletas brasileiros de tênis de mesa paralímpico têm marcado presença em diversas competições internacionais. Por exemplo:
Evento na Eslovênia (2023): Brasil conquistou um total de 10 medalhas neste evento, sendo 4 de ouro, 3 de prata e 3 de bronze, mostrando a competitividade e o talento dos atletas brasileiros no cenário internacional.
Evento na Itália (2023): Os mesatenistas paralímpicos brasileiros continuaram a brilhar ao conquistar 7 medalhas, com destaque para as 3 medalhas de ouro conquistadas.
Campeonato Paralímpico de Tênis de Mesa: Este é um dos principais eventos para os atletas paralímpicos brasileiros, e eles têm mostrado um desempenho notável em várias edições deste campeonato.
Desempenho Notável em Jogos Paralímpicos
O Brasil tem uma história rica em tênis de mesa paralímpico, com atuações memoráveis em várias edições dos Jogos Paralímpicos. Alguns destaques incluem:
Rio 2016: O Brasil teve a melhor campanha de sua história no tênis de mesa paralímpico, conquistando quatro medalhas. Israel Stroh e Bruna Alexandre foram os medalhistas de prata e bronze, respectivamente, nas disputas individuais, e o Brasil também conquistou mais dois bronzes nas disputas por equipes.
Tóquio 2020: O Brasil conquistou três medalhas no tênis de mesa paralímpico, com Bruna Alexandre ganhando uma medalha de prata e o país obtendo dois bronzes, um nas competições por equipes classes 9-10 e outro com Cátia Oliveira.
O cenário do tênis de mesa paralímpico no Brasil é promissor, com atletas dedicados e talentosos que estão fazendo história em competições nacionais e internacionais. O apoio contínuo de instituições, treinadores e a dedicação dos atletas são elementos cruciais para o contínuo sucesso e crescimento do tênis de mesa paralímpico no Brasil.
Conclusão
A história do tênis de mesa paralímpico é uma narrativa de superação, inclusão e excelência esportiva. Com cada torneio, novos capítulos são adicionados a esta história emocionante, solidificando o legado do esporte e inspirando a próxima geração de jogadores paralímpico
O Autor
Oc Barbosa
Referências Utilizadas:
https://en.wikipedia.org/wiki/Para_table_tennis
http://paralympics.codereach.co.uk/paralympicsports/table-tennis
http://www.cpb.org.br
https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2023-05-14/brasil-sobe-ao-podio-oito-vezes-em-aberto-paralimpico-de-tenis-de-mesa
https://noticias.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/2023/03/17/tenis-de-mesa-brasil-leva-dois-ouros-em-aberto-paralimpico-na-italia.htm
https://www.surtoolimpico.com.br/2023/10/tenis-de-mesa-paralimpico-do-brasil.html
https://www.cpb.org.br/modalidades/tenis-de-mesa
